Transplante renal
Como funciona?
Transplante renal é a inserção de um rim saudável de uma outra pessoa (doador) no seu corpo. O rim doado substitui a função que os seus dois rins “falidos” costumavam fazer. Um transplante de sucesso retorna à função renal normal e livra o paciente de precisar realizar diálise, embora, não seja uma cura perfeita. Você precisa tomar medicamentos controlados e ir às consultas com seu médico regularmente.
Como a operação é feita?
O cirurgião posiciona o novo rim na parte baixa da sua cavidade abdominal e conecta as artérias e as veias do novo rim com a suas artérias e veias. O seu sangue flui pelo o rim doado, o qual produz urina justamente como seus antigos rins faziam. O novo rim pode começar a trabalhar logo após o procedimento ou demorar poucas semanas para produzir urina. Se seus antigos rins não estão causando alguma infecção ou desenvolvendo hipertensão secundária eles são preservados.
Figura 1: Local do rim transplantado. Geralmente, os rins antigos do receptor são preservados.
Como encontrar um rim para transplante?
Você pode receber o rim de um parente, de uma pessoa que morreu recentemente (doador falecido) ou, algumas vezes de um cônjuge ou de um amigo muito próximo.
Se você não tiver um doador vivo, você é colocado numa lista de espera para doadores falecidos. O tempo de espera pode ser muito grande.
Como evitar a rejeição do rim transplantado?
O seu sistema imune o protege contra doenças atacando qualquer estrutura que ele não reconheça como parte sua. Então, seu sistema imune, provavelmente, atacará o rim doado por ser “estranho”. Esse ataque é denominado de rejeição. Então, nem todos os rins são compatíveis – o doador e o receptor devem apresentar compatibilidade.
O processo de aceitação do órgão varia nos diferentes países. No geral, instituições nacionais e internacionais são responsáveis pelo procedimento de transplantes vindos de doadores falecidos, enquanto os doadores vivos são completamente assistidos pela equipe de transplante que cuidará do receptor. Não importa quem decida sobre a aplicabilidade do órgão doado, alguns fatores devem ser considerados nos casos de rins compatíveis. Esses fatores conseguem prever se seu sistema imune vai aceitar ou não o rim novo:
- Tipo sanguíneo. Seu tipo sanguíneo (A, B, AB ou O) deve ser compatível com o do doador. Esse é o fator mais importante;
- O antígeno leucocitário humano (ALH). Suas células carregam seis importantes ALH, três são herdados de cada pai. Os familiares são os que apresentam maior probabilidade de compatibilidade. Você pode receber um novo rim se os ALH não forem compatíveis, se o tipo sanguíneo for o mesmo e os outros testes derem negativo;
- Teste antigênico cruzado. O último teste antes da implantação do órgão é o antigênico cruzado. Uma pequena amostra do seu sangue vai ser misturada com uma pequena parte do órgão a ser doado em um tubo para ver se ocorre alguma reação. Caso não ocorra reação alguma, o teste é considerado negativo e o transplante pode proceder.
Quanto mais o novo rim for aceitável para seu corpo, menos seu sistema imune o rejeitará. Você provavelmente tomará medicação imunossupressora pelo resto de sua vida para burlar seu sistema imune.
Possíveis complicações do transplante renal
O transplante é a técnica mais próxima da cura. Mas, não importa o quão compatível é o rim seu corpo sempre pode rejeitá-lo. Uma causa comum de rejeição é não tomar a medicação prescrita. O seu médico dará medicamentos denominados de imunossupressores para prevenir que seu sistema imune ataque o novo rim. Você deverá tomar os imunossupressores pelo tempo que o novo rim estiver funcionando. Algumas vezes, entretanto, essas drogas não conseguem impedir o seu corpo da rejeição. Se isso ocorrer, você deverá optar por algum tipo de diálise ou esperar por um novo transplante.
Reações adversas dos imunossupressores
A medicação regular dos imunossupressores é essencial para garantir a sobrevivência do novo rim. Esses medicamentos tornaram possível o transplante de órgãos, embora, eles apresentem, em alguns casos, reações adversas. A equipe de saúde vai informar em como você pode contribuir para evitar e diminuir tais reações.
Imunossupressores atuam diminuindo a funcionalidade do sistema imune. Isso leva a um enfraquecimento da sua defesa natural e o grau dela depende da quantidade de imunossupressores administrados. Particularmente, no primeiro mês depois do transplante, existem maiores chances de adquirir infecções. Por isso, nesse período a dosagem do imunossupressor é maior.
Algumas drogas podem modificar sua aparência física. Você pode ganhar peso ou desenvolver acne. Por longos períodos com a imunidade diminuída, aumenta a probabilidade de desenvolvimento de câncer (geralmente câncer de pele ou câncer do sistema linfático). Alguns imunossupressores podem causar catarata, diabetes, gastrite, hipertensão e fraqueza óssea. Quando ingeridas por um longe período de tempo, essas drogas podem causar danos para o fígado e para o rim em alguns pacientes.
Medidas para evitar efeitos colaterais do imunossupressor: Usar luvas na jardinagem para protegê-lo contra infecções. Prestar atenção ao sair no sol para prevenir câncer de pele (utilizar: chapéu, camisetas de manga longa e protetor solar).
Como você pode prevenir os efeitos colaterais dos imunossupressores?
Para diminuir o risco de infecção, você pode realizar diversas ações, das quais fazem parte:
- Durante o primeiro mês despois do transplante, é útil seguir uma dieta livre de microorganismos;
- Quando estiver realizando sua própria higiene, siga cautelosamente os conselhos da equipe de saúde. Evite se cortar quando cortar as unhas;
- Vista luvas enquanto mexer no jardim (dentro de casa ou fora), pois as flores contêm muitos microorganismos (os quais são muito adeptos a imunocomprometidos);
Para reduzir o risco de complicações a longo prazo, considere:
- Praticar atividade física. Isso ajuda a prevenir diabetes, doenças cardiovasculares e osteoporose;
- Se proteja da luz do sol para evitar câncer de pele.
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